Sim, é isso mesmo! Já chega desse registo! Desse drama que te faz de algum modo vibrar.
Se queres curar a tua dor só tens um caminho… Tens que sair dos teus pensamentos e passar para o momento presente. Só esse momento presente te permite aceder à tua dor.
Não! Não há outra forma…
Vamos àquilo que nos acontece na maioria das vezes.
UM CASO PRÁTICO?
Vives uma relação amorosa intensa e maravilhosa. Estás apaixonado… De repente, parece que te colocaram uns óculos cor-de-rosa. Tudo é lindo, perfeito e faz sentido. Tudo o que te rodeava, tudo aquilo que rotulavas como problema perdeu a sua dimensão negativa.
Então, sem que entendas o porquê, termina!
E é como se alguém te tivesse retirado os óculos assim de repente! Para além de tudo parecer negro lá fora, o pior é mesmo cá dentro, certo?
Um buraco no peito, uma dor que não tem sítio, um desespero que não tem nome…
Uma ressaca, sim uma ressaca porque o teu corpo deixou de produzir as endorfinas responsáveis por um bem estar viciante…
Então, tu começas a pensar. SIM, começas a pensar, até porque não queres sentir aquilo que estás a sentir e começas a usar a tua mente para traçar um plano que te ajude a sobreviver.
E começa assim…
“Meu deus, o que terá acontecido? Porquê eu? 0 que fiz de mal? Eu não mereço… Dei tanto… Fiz tudo…”
Primeiro vitimizas-te para poderes justificar tudo o que estás a sentir sem que isso faça de ti uma pessoa “fraca”! Ou seja, largas o teu poder. Colocas na outra pessoa todo o teu poder.
Em seguida, se tu não tens responsabilidade pelo que se está a passar, também não podes assumir a responsabilidade de resolveres em ti o que se passa. Vais tentar resolver mudando o outro.
Claro, ele é que está mal!!!
Então começa a loucura. Crias cenário e ages em função dos mesmos. Começas a viagem do “Se…”
“Se eu tivesse…..”
“Se ao menos ele/ela….”
“Se eu fizer…”
“Se ele vier…”
Esta é uma viagem no tempo… Ora para trás… Ora para a frente… O que já passou e o que poderia ter sido…
É a viagem mais desgastante de todos os tempos. Consome-te toda a tua energia. Desconecta-te do que verdadeiramente é. Perdes-te de ti e da (tua) vida!
É a loucura na sua forma mais subtil e é o drama vivido permanentemente!
Estás perdido dentro de ti e só tu te podes resgatar.
Como?
Quando parares de pensar…
Só quando parares de pensar!
Primeiro tens que voltar ao momento presente! Tens que estar aqui! AQUI! AGORA! A tua dor não esta lá trás, nem lá à frente, está aqui!
Aqui e agora está o que precisas de abraçar.
Lá atrás está a história e lá à frente estão os medos projetados.
Aquilo que te faz sofrer não é nada disso. Isso é cenário. Aquilo que te faz sofrer está em ti!
Então, ouve, ouve bem…
O primeiro passo é assumires que a dor é tua, está em ti e está aqui e agora.
Larga o resto. Por um momento, larga o resto. Não tenhas medo de largar. Infelizmente podes lá voltar quando quiseres.
Então, neste momento que largaste a história, que paraste de lembrar e projetar… Sente.
Sente com coragem. Sente com Amor. Acolhe essa dor de braços abertos. Não lhes dês um nome ou uma história. Pega nela como pegarias numa criança. Abraça-a. Ama-a.
E ao fazê-lo… Vais transformá-la!
Há muitas técnicas que te podem ajudar. Mas no fundo todas se resumem a isto que estamos a falar.
Fica uma dica. Por vezes a dor ganha uma dimensão tão grande que a sentimos dentro e fora de nós. Uma forma de a abraçarmos é inspirando profundamente… Como se recuperássemos os pedaços de nós que se quebraram. Inspirem e recolham o que é vosso…
Arrisca!